Esparta: origem, sociedade e importância militar na Grécia Antiga
Descubra quem foram os espartanos, como funcionava a sociedade e o governo de Esparta e por que sua cultura militar marcou a história da Grécia Antiga.
História

Introdução
Esparta foi uma importante cidade-estado grega (ou pólis) localizada na região do Peloponeso, no sul da Grécia. Conhecida por sua força militar e disciplina rigorosa, a civilização espartana destacou-se por ter uma sociedade voltada quase inteiramente para a guerra e para a obediência às leis e ao Estado.
Diferente de Atenas, que valorizava a arte, a filosofia e a democracia, Esparta construiu sua reputação sobre a militarização e o coletivismo, tornando-se uma das mais poderosas cidades da Grécia Antiga. Compreender a história de Esparta é essencial para entender como os gregos viviam e como surgiram diferentes formas de organização política e social naquele período.
Estrutura social e política
A sociedade espartana era rigidamente hierarquizada e voltada para o fortalecimento militar. Ela se dividia em três principais grupos sociais:
- Espartíatas – cidadãos de pleno direito, descendentes dos fundadores de Esparta. Tinham acesso à vida política e eram responsáveis por comandar o exército.
- Periecos – homens livres, mas sem direitos políticos. Atuavam como comerciantes, artesãos e agricultores.
- Hilotas – servos do Estado, geralmente descendentes dos povos conquistados da Messênia. Eram obrigados a trabalhar nas terras dos espartanos e entregar parte da produção.
A polis de Esparta tinha uma estrutura política mista, combinando elementos monárquicos, oligárquicos e democráticos:
- Dois reis exerciam funções religiosas e militares.
- A Gerúsia, formada por anciãos, elaborava as leis.
- A Apella, assembleia popular, reunia cidadãos para aprovar decisões.
- Os éforos (cinco magistrados eleitos anualmente) tinham poder de fiscalização sobre todos, inclusive os reis.
Essa combinação de poderes buscava equilibrar a autoridade e garantir a estabilidade da cultura de Esparta, baseada na obediência e na coletividade.
Militarização
A militarização de Esparta era o principal pilar da civilização espartana. Desde a infância, os meninos eram preparados para servir ao exército. Aos sete anos, eram retirados de suas famílias e enviados para os ginásios, onde viviam em regime de disciplina extrema, com treinamentos físicos, táticos e morais. Esse sistema de formação era chamado de agogê.
As mulheres espartanas também se destacavam: embora não participassem das guerras, recebiam educação física e tinham papel importante na manutenção da força do Estado, pois eram responsáveis por gerar filhos saudáveis e educar futuros guerreiros.
O lema de Esparta era a obediência ao dever e o sacrifício pelo bem coletivo. A famosa frase atribuída às mães espartanas — “Volta com o escudo ou sobre ele” — simboliza o valor da coragem e da lealdade.
Graças a esse sistema, Esparta tornou-se a principal potência militar da Grécia Antiga, temida por suas tropas de elite, conhecidas como hoplitas.
Guerra do Peloponeso e decadência
Durante o século V a.C., a rivalidade entre Esparta e Atenas aumentou, especialmente após as Guerras Médicas, em que ambas combateram o Império Persa. Essa tensão resultou na Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.), um longo conflito entre a Liga do Peloponeso (liderada por Esparta) e a Liga de Delos (chefiada por Atenas).
Após anos de batalhas, Esparta venceu a guerra, impondo sua hegemonia sobre a Grécia. No entanto, a vitória teve um alto custo: o enfraquecimento econômico e a perda de aliados.
Nos séculos seguintes, Esparta enfrentou derrotas e crises internas. A ascensão da cidade de Tebas e, posteriormente, o domínio da Macedônia sob Filipe II e Alexandre, o Grande, marcaram o declínio de Esparta como potência.
Mesmo após sua decadência, o legado espartano permaneceu vivo, inspirando ideais de disciplina, lealdade e coragem que se perpetuam até hoje em várias representações culturais.
Exercícios
1. (ENEM) – Sobre a sociedade espartana, é correto afirmar que:
a) valorizava o comércio e o acúmulo de riquezas como sinal de prestígio social.
b) era igualitária e democrática, permitindo a todos participar da vida política.
c) possuía uma estrutura militarizada, voltada para a guerra e o controle social.
d) incentivava a filosofia e a oratória como forma de ascensão política.
2. (Fuvest) – A educação em Esparta tinha como objetivo principal:
a) formar cidadãos críticos e politicamente engajados.
b) preparar os jovens para o serviço militar e o cumprimento das leis do Estado.
c) promover o desenvolvimento artístico e filosófico.
d) estimular o comércio e a expansão econômica da cidade-estado.
3. Cite dois grupos sociais da sociedade espartana e explique suas funções.



