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Como levar o TCC para a vida

Imagem do(a) autor(a) do texto - Viviane S. Lhacer em parceria com a Revista Ensino SuperiorPor  Viviane S. Lhacer em parceria com a Revista Ensino Superior 26 de Setembro de 20255 min para ler
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Com a chegada do último ano da graduação, muitos estudantes sentem-se cansados, preocupados apenas em conquistar o diploma e tentados a enxergar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como mera formalidade.

 

No entanto, esse projeto vai muito além de uma exigência acadêmica: ele pode ser um divisor de águas na trajetória do aluno, tanto no meio profissional quanto na vida acadêmica. Mais do que um trabalho escrito, o TCC é um exercício de pesquisa, disciplina e autonomia intelectual.

 

O TCC como oportunidade de crescimento

 

Especialistas em educação destacam que o TCC é uma chance de transformar teoria em prática. Para Mozart Neves Ramos, referência em políticas públicas educacionais e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), o projeto pode ajudar o aluno a amadurecer sua visão profissional.

 

Mozart Ramos (crédito_ divulgação).jpg
De acordo com Mozart Neves Ramos, o TCC pode auxiliar na carreira acadêmica e no mercado de trabalho.

 

“Ao aluno que não deseja seguir a vida acadêmica, mas ingressar no mercado de trabalho, o TCC pode ser uma oportunidade para dialogar com a prática e com o desenvolvimento profissional”, afirma.

 

 

Carlota Boto, professora e orientadora experiente, reforça a importância da iniciação científica como etapa preparatória para o TCC. Para ela, “a iniciação é como um TCC mais longevo, que aproxima o estudante de sua temática e o prepara para a produção de conhecimento próprio”.

 

Carlota Boto (crédito_ Marcos Santos_USP).jpg
Mestre em história e filosofia da educação, Carlota Boto já orientou cerca de 20 Trabalhos de Conclusão de Curso.

 

“Eu costumo fazer os meus alunos começarem pela iniciação científica para depois a transformarem em seus TCCs. A iniciação é como um TCC mais longevo que, com o auxílio do orientador de pesquisa, possibilita a familiarização do estudante com a sua temática. A iniciação científica é como um ‘filé mignon’ que pode colaborar com a conclusão de curso”, comenta Carlota.

 

Para o educador, na perspectiva do mercado de trabalho há de se considerar um sub-eixo importante. “Hoje, os alunos não estão muito preocupados com a questão do emprego formal e, às vezes, eles mesmos pretendem criar os seus próprios espaços de desenvolvimento profissional. Estou me referindo às startups, incubadoras e desenvolvimento de ideias. Nesse sentido, o TCC pode ser um caminho interessante para fortalecer essa concepção de não apenas pensar no seu futuro, como também ser protagonista de seu futuro”, acrescenta.

 

 

TCC em prática

 

A jornalista Laura Rachid é um exemplo de bom uso do período dedicado ao TCC. Formada em 2015, hoje atua como editora da revista Educação, veículo dirigido a profissionais da área educacional de ensino básico. Em diálogo com uma vocação pessoal, fez do TCC um fotolivro. Em grupo, usou o produto para abordar “Religiões asiáticas na grande São Paulo”.

 

Laura Rachid em foto tirada na Terra Indígena Capoto do Jarina, MT. Povo Mẽbêngôkre
Da esq. para a dir.: Yapi Metyktire, Txokre e Laura Rachid em foto tirada na Terra Indígena Capoto do Jarina, MT. Povo Mẽbêngôkre.

 

O projeto transformou-se em um verdadeiro ponto de partida para sua carreira, conectando a pesquisa acadêmica à sua vocação pessoal e abrindo portas no jornalismo e no audiovisual. Para o coordenador dos cursos de Engenharia da UniFECAF, esse tipo de experiência evidencia a importância de encarar o TCC como mais do que uma obrigação.

 

Foto 4 - Laura Rachid.jpg
Registro da ‘Festa do homem’ feito pela jornalista Laura Rachid na Terra Indígena Capoto do Jarina, MT. Povo Mẽbêngôkre

 

“Mesmo em áreas técnicas como a engenharia, perceber que o projeto final pode ser um laboratório de aprendizado prático e de desenvolvimento de habilidades pessoais é fundamental. O TCC é o momento em que o estudante aprende a integrar conhecimento teórico com criatividade e visão de futuro, algo que será essencial em qualquer carreira”, observa.

Quando bem trabalhado, o TCC deixa de ser apenas um requisito para a formatura e se torna uma oportunidade concreta de crescimento profissional e pessoal.

 

A temática do projeto

 

A escolha do tema é um dos passos mais importantes para o sucesso do TCC. Ele deve dialogar com os interesses pessoais do aluno, mas também apresentar relevância acadêmica e social. 

 

Temas muito amplos podem se tornar um problema, dificultando a delimitação e a profundidade da pesquisa. Por outro lado, quando bem definido, o tema se transforma em um aliado para manter a motivação ao longo de meses de trabalho. Programas de iniciação científica durante a graduação podem servir como um excelente ponto de partida para essa decisão, já que permitem contato prévio com o universo da pesquisa.para Carlota Boto, a escolha deve sair de dentro da alma.

 

“Eu diria para o estudante escolher um tema que possa abarcar aquilo que eventualmente ele não viu na intensidade que gostaria de ter visto na universidade e aquilo que ele pretende fazer [futuramente]. Para que ele possa, antecipando esse cenário, ter a própria contribuição do orientador para que ele possa suprir essa lacuna que eventualmente ficou no curso”, propõe o ex reitor da UFPE, Mozart Neves Ramos.

 

A definição do tema é um dos momentos mais desafiadores. Segundo Carlota Boto, o tema deve partir de um interesse genuíno do estudante, algo que desperte envolvimento e motivação. Mozart Neves Ramos acrescenta que a escolha também deve considerar possíveis lacunas deixadas ao longo do curso, de modo que o aluno possa aprofundar-se em áreas que pretende explorar no futuro.

 

Além da afinidade, o tema precisa ser relevante e viável. Três critérios ajudam na escolha:

Afinidade pessoal: quanto maior o interesse, maior será a dedicação; Relevância acadêmica e profissional: o tema deve contribuir para a área de estudo; Disponibilidade de material: é fundamental garantir que haja bibliografia e fontes suficientes para sustentar a pesquisa.

 

 

Em banda ou carreira solo?

 

Embora muitos estudantes optem por desenvolver o TCC individualmente, algumas instituições permitem a realização do trabalho em grupo. Essa possibilidade divide opiniões, mas pode trazer aprendizados importantes.

 

A jornalista Laura Rachid, por exemplo, viveu uma experiência positiva ao compartilhar seu projeto com colegas. “Houve etapas em que me dediquei mais, assim como outra pessoa se dedicou em outras. Uma amiga, já acostumada às normas da ABNT, foi essencial para economizarmos tempo”, lembra. A distribuição de tarefas, segundo ela, tornou o processo mais leve e produtivo.

 

Para o educador Mozart Neves Ramos, a experiência coletiva vai além da divisão de responsabilidades: ela reflete um cenário de mundo cada vez mais colaborativo. “Trabalhar em equipe é uma das competências mais valorizadas pelo mercado. Durante a pandemia, vimos como a união de laboratórios com diferentes expertises foi decisiva para o rápido desenvolvimento das vacinas. 

 

O mesmo raciocínio vale para a vida acadêmica: em grupo, conseguimos soluções mais ágeis e consistentes do que de forma isolada”, aponta.

 

Assim, a decisão entre trilhar o TCC em carreira solo ou em parceria deve levar em conta não apenas a afinidade com o tema, mas também o estilo de trabalho do estudante e sua disposição para dividir responsabilidades.

 

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