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Web 3.0: como é a nova internet?

Imagem do(a) autor(a) do texto - Viviane S. Lhacer em parceria com hostgatorPor  Viviane S. Lhacer em parceria com hostgator 03 de Novembro de 20254 min para ler
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A próxima evolução da internet pode devolver aos usuários o controle sobre seus próprios dados, apostando em um ambiente digital mais descentralizado e inteligente. Chamada de Web 3.0, representa uma mudança estrutural em relação à atual configuração, em que grandes empresas dominam o armazenamento e o uso de informações pessoais. Essa é a expectativa de estudo desenvolvido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em parceria com institutos de pesquisa.

De acordo com a Anatel, a Web 3.0 é “uma visão futurista que promete transformações profundas na forma como interagimos e fazemos negócios no ambiente digital”. O estudo feito pela agência em parceria com institutos de pesquisa federais destaca que o objetivo central dessa nova fase é “criar uma internet mais descentralizada, inteligente, personalizada, segura e imersiva”.

A transição para modelos cada vez menos centralizados obriga empresas a reverem escolhas básicas de infraestrutura, como qual a melhor hospedagem de site em um ambiente onde o controle de dados se fragmenta. A questão se justifica por dados da própria Anatel, que constata que poucos gigantes corporativos concentram a maioria das informações.

O que muda na infraestrutura?

A transição entre as “eras” da internet exige repensar desde escolhas básicas de infraestrutura até arquiteturas corporativas complexas. Enquanto a internet atual opera sobre servidores centralizados, onde sites rodam em hospedagem WordPress, serviços de nuvem como AWS, Azure e Google Cloud, o novo modelo propõe fragmentar esses dados em redes distribuídas.

Na atual Web 2.0, se o servidor de um provedor de hospedagem cai, o serviço sai do ar completamente. Já em redes descentralizadas como IPFS (InterPlanetary File System) ou Arweave, os dados ficam fragmentados em múltiplos “nós” independentes. Mesmo que vários deles falhem, a rede continua funcionando. O controle também se inverte: em vez do provedor gerenciar tudo, os usuários manteriam a propriedade e o acesso direto às suas informações.

O custo é outro ponto de contraste. Infraestruturas centralizadas oferecem mensalidades previsíveis e escalabilidade sob demanda. Nas redes distribuídas, os valores variam conforme o uso da rede e podem ser menos previsíveis, o que dificulta o planejamento financeiro de empresas.

Correntes tecnológicas disputam a definição da “nova” internet

A comunidade científica reconhece duas definições fortes que coexistem atualmente. A primeira, proposta no início dos anos 2000, foca na Web Semântica. Nessa visão, as máquinas conseguem compreender o contexto e o significado das informações, não apenas exibi-las para humanos.

A segunda vertente, popularizada nos últimos três anos, tem o blockchain como destaque. Ela se concentra em elementos como descentralização, segurança e interoperabilidade. O termo Web3 foi criado em 2014 por um cientista da computação que também participou do desenvolvimento da segunda maior criptomoeda do mercado mundial. A proposta estabelece uma estrutura para a internet com serviços distribuídos separadamente, sem o controle (ou monopólio) de grandes empresas ou governos.

Como funcionam as tecnologias por trás da transformação

Entre as principais tecnologias que viabilizam essa transformação, o blockchain se destaca por garantir a integridade e segurança dos dados sem autoridade central. A tecnologia permite que transações ocorram diretamente entre usuários. Os contratos inteligentes, programas autoexecutáveis no blockchain, eliminam intermediários e automatizam processos quando condições predefinidas são cumpridas.

Simultaneamente, a Inteligência Artificial e o aprendizado de máquina já impactam diretamente como os usuários interagem e processam informações. Análises técnicas indicam que os serviços se tornam mais personalizados, adaptando-se às preferências e comportamentos individuais.

Completando esse “ecossistema”, as Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) permitem que decisões sejam tomadas por votação coletiva, em vez de estruturas hierárquicas tradicionais. Já as redes 5G e pós-5G, junto com a computação de borda, fornecem a infraestrutura necessária para dar suporte a essas inovações.

Obstáculos ambientais e falta de regulação travam adoção em massa

O consumo energético do blockchain, especialmente o mecanismo Proof of Work, levanta preocupações ambientais. Outro ponto crítico é a regulamentação: a falta de supervisão centralizada complica o estabelecimento de novos modelos regulatórios. 

A proliferação de fake news, informações distorcidas e discursos de ódio também pode se ampliar em um ambiente descentralizado e anônimo. A experiência do usuário também permanece complexa. O uso de carteiras digitais e a interação com contratos inteligentes podem intimidar usuários não técnicos, criando barreiras para a adoção em massa dessa nova geração da internet.

Setores já colhem resultados da descentralização

Diferentes setores já trabalham a descentralização dos dados. Na saúde, pacientes podem armazenar registros médicos em redes blockchain, acessíveis apenas com permissão específica. A IA oferece diagnósticos e tratamentos mais precisos e personalizados. 

Na educação, diplomas e certificados armazenados em blockchain garantem autenticidade e validação global, enquanto a IA personaliza o conteúdo educacional para cada aluno. Já as finanças descentralizadas (DeFi) possibilitam transações diretas entre usuários com criptomoedas e contratos inteligentes. 

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