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Novembro Azul reforça o valor dos avanços da ciência

Imagem do(a) autor(a) do texto - Viviane S. Lhacer em parceria com Experta MídiaPor  Viviane S. Lhacer em parceria com Experta Mídia 14 de Novembro de 20253 min para ler
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A campanha Novembro Azul reforça, anualmente, a importância do diagnóstico precoce e da prevenção de uma das doenças mais preocupantes para a saúde masculina: o câncer de próstata. Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), com base em dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a neoplasia representa 29% de todos os casos de câncer em homens no país e quase 16 mil mortes por ano.

 

Por outro lado, o tratamento do câncer de próstata tem passado por uma evolução nos últimos anos, com a chegada de terapias mais individualizadas que, conforme a SBOC, agem de forma direcionada às características biológicas do tumor.

 

Entre elas, é destacada a chamada desintensificação terapêutica, abordagem que busca reduzir a intensidade dos tratamentos em casos avançados da doença, sem que comprometa os resultados clínicos. O oncologista e diretor da SBOC, André Deeke Sasse, pontua que a sociedade está vivendo uma era de personalização do cuidado. 

 

“A hormonioterapia intermitente, por exemplo, permite que o paciente faça pausas no tratamento, o que pode reduzir efeitos colaterais e preservar sua qualidade de vida”, ressalta.

Ele acrescenta que essa abordagem tem ganhado força no Brasil e já é respaldada por pesquisas internacionais como a publicada na revista Frontiers in Oncology, intitulada como “EORTC 2238 De-Escalate”. O estudo mostra que ciclos de terapia hormonal mantêm o controle da doença com menor impacto à saúde geral dos pacientes.


Os avanços também alcançam o campo do diagnóstico. Um exemplo é o exame PET-CT Oncológico, que combina a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). O procedimento possibilita identificar mudanças metabólicas e anatômicas com elevado grau de precisão, auxiliando na detecção de metástases, na análise da resposta aos tratamentos e no planejamento das radioterapias. Entre as suas versões mais recentes está o PET-CT com PSMA, proteína presente em grande quantidade nas células do câncer de próstata.

 

Para o médico urologista na cidade de São Paulo, Charles Rosenblatt, esse exame é considerado um avanço no diagnóstico do câncer de próstata, uma vez que utiliza um radiotraçador que se liga ao PSMA e permite identificar até metástases microscópicas com precisão superior à dos métodos convencionais, como a tomografia ou cintilografia óssea. 

“A sensibilidade do PET-CT com PSMA pode variar de acordo com os níveis de PSA. Em valores muito baixos, a chance de detectar metástases é menor, mas o exame ainda se mostra mais eficaz do que os métodos antigos”, explica o médico nas redes sociais. 

 

Rosenblatt também ressalta a importância de os resultados serem sempre interpretados junto ao histórico clínico, ao PSA (Antígeno Prostático Específico) e a outros exames laboratoriais.

 

Rede D’Or, maior operadora independente de hospitais do Brasil, destaca que, além da melhor acurácia na detecção de células prostáticas malignas, outro benefício desta técnica de exame de imagem é possibilitar a avaliação de como está sendo a resposta ao tratamento do câncer.

 

Radiofármacos e terapias-alvo no combate à doença

A SBOC destaca também o impacto de novas drogas e tecnologias no tratamento do câncer de próstata, especialmente nos casos metastáticos. Entre os principais avanços estão os radiofármacos, como o Lutécio-177-PSMA e Radium-223, que combinam a especificidade de um alvo molecular à ação da radiação para destruir as células tumorais.


De acordo com a entidade, estudos clínicos como o VISION Trial, publicado no New England Journal of Medicine, já mostram benefícios em qualidade vida e sobrevida com esse tipo de estratégia em pacientes resistentes a terapias hormonais

Outro avanço apontado pela instituição é o uso de terapias-alvo guiadas por biomarcadores genéticos, como mutações em genes responsáveis pelo reparo do DNA, especialmente o BRCA1 e o BRCA2.

 

Nesses casos, medicamentos conhecidos como inibidores de PARP têm mostrado resultados positivos no controle da doença e dos sintomas, sendo aprovados em diversos países, inclusive no Brasil, para um grupo de pacientes com câncer de próstata metastático e determinadas alterações genéticas.


“Esses tratamentos representam um novo paradigma, e entender o perfil molecular do tumor se tornou essencial para oferecer terapias mais eficazes, com menos efeitos colaterais e potencial de ganho real em expectativa de vida”, informa a SBOC.

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