Dados contrastantes de pesquisas evidenciam uma disputa no mercado digital entre ferramentas de SEO (Search Engine Optimization) e estratégias de social media. Enquanto a BrightEdge comprovou que o SEO mantém hegemonia ao representar 53,3% de todo o tráfego destinado aos websites, mostrando-se 960% mais efetivo que conteúdo orgânico em redes sociais, a Shopify projetou expansão significativa do social commerce. As vendas através de plataformas sociais devem alcançar quase US$ 80 bilhões nos Estados Unidos em 2025, com crescimento exponencial das transações comerciais previsto para atingir mais de 17% do total de vendas online.
A durabilidade do conteúdo é uma das principais diferenças entre as duas estratégias. Organicamente, um post no X (antigo Twitter) perde relevância em 15 minutos. No Facebook, o prazo se estende para 6 horas. Instagram mantém engajamento por 48 horas e o LinkedIn por 24 horas. Quem posta, no entanto, faz diferença: a Shopify identificou que 74% dos consumidores baseiam decisões de compra em recomendações de influenciadores. Outros 89% compram produtos após assistir vídeos de marcas nas plataformas sociais.
Segundo levantamento da Create it, um artigo de blog otimizado para mecanismos de busca permanece relevante por pelo menos dois anos, podendo ser atualizado regularmente para prolongar sua vida útil.
O SEO demanda paciência: resultados consistentes aparecem entre três e nove meses após o início do trabalho, embora conteúdo de alta qualidade possa ranquear em poucas horas quando aborda temas de alta demanda e baixa concorrência. Para se destacar no meio, muitas empresas buscam consultoria com agência de SEO especializada para acelerar esse processo e evitar erros custosos.
Google indexa posts do Facebook e Twitter como páginas web
Em alguns casos, a separação entre SEO e redes sociais se dilui na prática. Atualmente, o Google trata publicações do Facebook e Twitter como páginas indexáveis, permitindo que apareçam nos resultados de busca. Posts com palavras-chave estratégicas podem ranquear nas primeiras páginas e direcionar tráfego qualificado para sites corporativos.
A CEO da Experta, empresa especializada em SEO, Flávia Crizanto, explica a dinâmica. "Até pouco tempo, a estratégia que você fazia no Instagram morria no Instagram, mas não precisa mais ser assim. O conteúdo do Instagram também pode aparecer nas páginas do Google e isso pode aumentar suas chances de aparecer para o público certo. Mas para isso, é preciso prestar atenção em alguns detalhes. Ao postar um conteúdo, tome cuidado com as legendas muito genéricas. É muito importante que o texto tenha os termos para os quais a empresa deseja aparecer no Google. Ao subir uma imagem, deve-se preencher o campo alt text, descritivo da imagem. Certifique-se também se ele está dizendo sobre o que é o conteúdo."
Empresas que trabalham com agência de digital PR com casos de sucesso exploram essa integração criando conteúdo que funciona em ambos os canais. Artigos longos se transformam em posts curtos para Instagram e questões levantadas em comentários do Facebook viram pautas para blogs corporativos, por exemplo.
A SE Ranking registrou crescimento de 2,39% na participação da busca orgânica no tráfego total entre janeiro e dezembro de 2024. A pesquisa orgânica mantém média de 58% de participação no tráfego total de websites.
Geração Z prefere TikTok ao Google para pesquisar produtos
O comportamento de busca varia dependendo de quem está atrás da tela. Dados da We Are Social mostram que 43% da Geração Z inicia pesquisas de produtos no TikTok, abandonando Google e Amazon como primeira opção. A mesma pesquisa aponta que 74% dos consumidores visitam redes sociais para pesquisar marcas antes de comprar.
A Nosto, por sua vez, identificou que 69% dos visitantes de lojas online vão direto para a barra de pesquisa interna do site. Já 61% consultam resultados de busca antes de finalizar uma compra, demonstrando a importância de aparecer bem posicionado no Google.
As preferências de compra também mudam conforme a idade. Entre jovens de 12 a 27 anos (Geração Z), 42% pretende comprar presentes de fim de ano através de redes sociais. O percentual cai para 26% entre Millennials (28 a 43 anos), 15% na Geração X (44 a 60 anos) e apenas 6% entre Baby Boomers (61 a 79 anos).
Profissionais relatam 91% de sucesso com estratégias de SEO
A Conductor revelou que 91% dos profissionais de marketing digital registraram impacto positivo no desempenho de sites através de SEO em 2024. O dado reforça a busca por empresas especializadas em link building que entreguem resultados mensuráveis.
O investimento inicial em SEO pode parecer alto comparado ao custo de posts patrocinados em redes sociais. A diferença aparece no retorno de longo prazo. Um artigo que rankeia na primeira página do Google para uma palavra-chave comercial pode gerar leads (ou seja, potenciais clientes interessados que fornecem seus dados de contato) por anos sem investimento adicional. Uma campanha no Instagram precisa de verba constante para manter a visibilidade.
Marcas que buscam crescimento rápido e reconhecimento imediato encontram nas redes sociais uma solução ágil. Porém, o alcance orgânico nas plataformas sociais caiu drasticamente nos últimos anos, exigindo investimento em anúncios para garantir visibilidade. Mesmo com essa limitação, a capacidade de segmentação e o engajamento direto com consumidores mantêm as redes como canal prioritário para lançamentos e promoções.
Comércio unificado integra experiência entre canais digitais e físicos
O conceito de “unified commerce” (“comércio unificado”, em tradução para o português) ganha força para 2025. Marcas rastreiam o movimento de clientes entre Instagram, site próprio e loja física para criar experiências personalizadas. Um cliente pode descobrir um produto no TikTok, pesquisar detalhes no Google, comparar preços no site e finalizar a compra na loja física.
Essa jornada complexa exige presença consistente em múltiplos canais. A técnica de SEO garante que a marca apareça quando o consumidor busca informações. Redes sociais mantêm o produto na mente do cliente através de conteúdo regular e anúncios direcionados.
Com esses cenários em mente, especialistas defendem que, quando empresas entendem que consumidores usam ambos os canais em momentos diferentes da jornada de compra, a escolha entre as estratégias de SEO e social media não é necessária. O desafio passa a ser a distribuição eficiente de recursos entre as estratégias.
Grandes marcas já abandonaram a discussão sobre qual canal priorizar: a Amazon investe pesadamente em SEO e mantém perfis ativos em todas as principais redes sociais. O mesmo vale para Netflix, Nike e Apple. A questão para essas empresas é quanto investir em cada canal, não se devem estar presentes.
O mercado brasileiro segue a mesma tendência global. Grandes nomes do varejo construíram um império digital combinando SEO agressivo com presença massiva em redes sociais, muitas vezes por meio de mascotes ou influenciadores “virtuais” criados pela própria empresa. Outra estratégia nacional é tentar dominar os resultados de busca para produtos específicos, mantendo campanhas constantes no Instagram e YouTube.
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